terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O “Jardim” de Epicuro






 O “Jardim” de Epicuro






Epicuro supôs que viver já é um prazer e que portanto para ser boa basta que a vida não seja demasiado perturbada por dores e sofrimentos. A Ágora já não era o local onde os cidadãos equilibravam os humores sociais. É por isto que Epicuro ignora o ideal cívico e o substitui por um ideal afetivo. Agora é o Jardim (na casa de Epicuro em Atenas) o local onde os amigos equilibram os humores da existência. Uma das máximas de Epicuro que diz que todo sofrimento pode ser suportado com serenidade, por exemplo, não transpassa pela "terapia epicurista" sem respaldo dos amigos.

O próprio lugar escolhido por Epicuro para sua escola é a expressão da novidade revolucionária do seu pensamento: não uma palestra, símbolo da Grécia clássica, mas um prédio com um jardim (que era mais um horto), nos subúrbios de Atenas. O Jardim estava longe do tumulto da vida pública citadina e próximo do silêncio do campo, aquele silêncio e aquele campo que não diziam nada para as filosofias clássicas, mas que se revestiam de grande importância para a nova sensibilidade helenística. Por isso, o nome “Jardim” e os “filósofos do jardim” (que, em grego, diz-se Képos) passou a indicar a escola e as expressões “os do Jardim” tomaram- se sinônimos dos seguidores de Epicuro, os epicuristas. Da riquís­sima produção de Epicuro foram reunidas integralmente as Cartas endereçadas a Heródoto, a Pítocles, a Meneceu (que são tratados resumidos), duas coleções de Máximas e vários fragmentos. 

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