O “Jardim” de Epicuro
Epicuro supôs que viver já é um prazer e que portanto para ser boa basta que a vida não seja demasiado perturbada por dores e sofrimentos. A Ágora já não era o local onde os cidadãos equilibravam os humores sociais. É por isto que Epicuro ignora o ideal cívico e o substitui por um ideal afetivo. Agora é o Jardim (na casa de Epicuro em Atenas) o local onde os amigos equilibram os humores da existência. Uma das máximas de Epicuro que diz que todo sofrimento pode ser suportado com serenidade, por exemplo, não transpassa pela "terapia epicurista" sem respaldo dos amigos.
O próprio lugar escolhido por Epicuro para sua escola é a expressão da
novidade revolucionária do seu pensamento: não uma palestra, símbolo da
Grécia clássica, mas um prédio com um jardim (que era mais um horto),
nos subúrbios de Atenas. O Jardim estava longe do tumulto da vida
pública citadina e próximo do silêncio do campo, aquele silêncio e
aquele campo que não diziam nada para as filosofias clássicas, mas que
se revestiam de grande importância para a nova sensibilidade
helenística. Por isso, o nome “Jardim” e os “filósofos do jardim” (que,
em grego, diz-se Képos) passou a indicar a escola e as expressões “os do
Jardim” tomaram- se sinônimos dos seguidores de Epicuro, os
epicuristas. Da riquíssima produção de Epicuro foram reunidas
integralmente as Cartas endereçadas a Heródoto, a Pítocles, a Meneceu
(que são tratados resumidos), duas coleções de Máximas e vários
fragmentos.
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